Prefeitura e CMDPcD realizam entrega do Troféu Pipiri – Gente que Faz a Diferença

Assistência Social e Cidadania
21/09/2021 20h00

Em comemoração ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado nesta terça-feira, 21,  o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPcD), em parceria com a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, promoveu um dia de ações alusivas à data.

A programação faz parte da XIII Semana da Acessibilidade que, neste ano, abordou o tema “Acessibilidade, Urbanização e Inclusão”. Pela manhã, uma “Roda de Conversa ao Pé de Saputi” reuniu representantes da sociedade civil e dos Poderes Executivo Municipal e Estadual na Casa dos Conselhos, no Centro, para discutir sobre os avanços e desafios das Pessoas com Deficiência (PCDs) na capital sergipana.

Logo depois, no período da tarde, foi a vez das pessoas que têm lutado em defesa e pela promoção e garantia dos direitos das PCDs no município serem homenageadas com a entrega da XIII edição do “Troféu Pipiri – Gente que Faz a Diferença”. A solenidade aconteceu no Centro Estadual em Reabilitação José Leonel Ferreira de Aquino (CER IV), localizado no Centro Administrativo de Sergipe, bairro Capucho.

A secretária da Assistência Social de Aracaju, Simone Passos, foi uma das homenageadas na cerimônia por sua atuação à frente da pasta, trabalho que tem sido referência no diálogo junto ao público com deficiência ou mobilidade reduzida, e pela articulação de ações junto ao CMDPcD e o Poder Executivo.

“Fiquei muito feliz em receber essa singela homenagem que dedico aos nossos usuários e profissionais do Centro de Referência Especializado para Pessoas com Deficiência (Centro Dia). Foram momentos proveitosos e necessários para refletirmos sobre o que já conquistamos, o que pode ser implementado e o quanto a sociedade precisa avançar. Foi uma oportunidade de partilharmos experiências para levarmos à rede de atenção ao público propostas de ações, projetos e programas com o intuito de aprimorar nossa atuação dentro do município”, destacou a secretária.

Segundo o presidente do CMDPcD, Roque Hudson da Fonseca, o público, com diferentes tipos de deficiência, não é impossibilitado de lutar pelos seus direitos na sociedade, assim como qualquer outro cidadão.
 
“Nosso objetivo é buscar maior inclusão social dentro das possibilidades que nos são oferecidas por meio da Constituinte, assim como está previsto na Lei Brasileira de Inclusão, promovendo a promoção das políticas públicas através dos nossos gestores, nas três instâncias municipal, estadual e federal, para que sejamos incluídos com maior acessibilidade, urbanização, respeito e dignidade. Ressalto que foi um prazer imensurável contar com o apoio da Secretaria.”, salientou.

Representando a sociedade civil, o aposentado José Messias Gomes, que possui deficiência visual, fez questão de marcar presença, ao lado de sua companheira. Segundo ele, não é a primeira vez que participa de eventos com essa pauta.

"É importante para que a sociedade nos observe, saiba que estamos em busca de sermos incluídos socialmente por meio de políticas públicas que facilitem nosso acesso. A partir disso, poderemos ter uma convivência comum com todos. Já existem alguns avanços, mas precisamos de mais melhorias. Fazemos nossa parte, que é reivindicar aos órgãos públicos nossas demandas para colocarem em prática ações que beneficiam todos nós, os que mais necessitam”, contou.


Homenageados

Ao total, 11 pessoas foram homenageadas com a XIII edição do “Troféu Pipiri – Gente que Faz a Diferença”, dentre eles, Divaldo Inácio dos Santos, representando a Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência dos Funcionários do Banco do Brasil (APABB); Ana Angélica dos Santos, da Associação de Usuários de Saúde Mental do Estado de Sergipe (Ausmes); Lidiane Vieira, assistente social da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae); Thaisa Aragão Santana, da Coordenadoria de Educação Especial do Departamento de Educação Básica da Secretaria Municipal da Educação (Semed),

Também foram agraciados Nivaldo dos Santos, da Confederação Brasileira De Voleibol Para Deficientes (CBVD); Suene Andrade, assistente social; Alana Lúcia Vieira, arquiteta e urbanista da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb); Sony Regina Petris, da Coordenação dos Centros Especializados em Reabilitação Física e Intelectual da SMS; Sayonara Ferreira, servidora na gestão da Secretaria Estadual de Saúde (SES); Simone Passos, secretária da Assistência Social de Aracaju; e Maria Gorette Medeiros, fundadora do Troféu Pipiri.

Outros dois troféus, completando 13 homenageados, foram dedicados à plateia que estava presente e ao CMDPcD, e ambos estarão disponíveis para apreciação na Casa dos Conselhos, situado na rua Pacatuba, 66, no Centro.

Reconhecimento

Ao receber o troféu, a assistente social da SMS e da Apae Lidiane Vieira dedicou a homenagem ao seu sobrinho, diagnosticado com Transtorno do Espectro do Autista (TEA). Ela já coordenou o Centro Dia, entre os anos de 2007 e 2020, unidade administrada pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social.

“Nunca esperamos ser vistos em nossos trabalhos. Para mim, foi uma surpresa nesses quase quatro anos de luta como membro do Conselho Municipal. Fiquei muito feliz e honrada pelo convite”, declarou.

Sony Regina Petris, uma das fundadoras do CMDPcD, com atuação na gestão de Serviço de Saúde Mental, mostrou-se feliz e grata pela homenagem. “Muita gratidão. Fiquei muito feliz. Eu só posso agradecer, pois fazemos porque acreditamos. Nos colocamos à disposição para que possamos fazer o que há de melhor, acolhendo as pessoas que mais precisam, sejam elas com deficiência ou não”, disse.

Prêmio Pipiri

A premiação, que este ano chega à 13ª edição e tem como tema “Nada sobre nós, sem nós!”, leva o nome de Pipiri em homenagem a Humberto Santos, artista popular, nascido em Penedo (AL), na década de 1930. Com deficiência intelectual, Pipiri, como era conhecido, veio muito cedo para Sergipe e ainda jovem foi aposentado sob a justificativa ser "débil mental".

O processo de discriminação e preconceito criado em torno de si acabou levando-o ao alcoolismo. Mesmo assim, Pipiri dedicou-se à poesia, sobretudo à sátira e, por sua irreverência, ficou conhecido como "Boca do Inferno Sergipano", numa alusão ao também poeta Gregório de Matos, pois ambos usavam a sátira para criticar a sociedade e a política sergipana.

Pipiri dedicou-se também à realização de shows em praças, teatros e educandários, com apresentações de imitações e anedotas. Era considerado o "Maluco de Deus", por crianças e adolescentes.